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Marco Antônio estuda Ciência da Computação |
Um estudante
brasileiro está concorrendo a um prêmio da ONU com uma invenção que promete
melhorar a mobilidade das pessoas cegas. O World Summit Youth Award, que
acontece este ano em São Paulo, premia os jovens que apresentam soluções
inovadoras para problemas globais.
Parecem apenas
óculos de sol, mas eles vão além disso: podem guiar pessoas com deficiência
visual. O projeto é de Marcos Antônio, que estuda ciência da computação, em
Pernambuco.
“Normalmente se
faz a analogia com o morcego, que eles usam sinais sonoros para se localizar.
Então, os óculos têm sensores de ultrassom. É emitido um sinal sonoro que vai
até o obstáculo, bate e reflete isso em questão de segundos e aí o cego tem um
feedback tátil aqui que é uma vibração. E vai dizer para ele mais ou menos onde
está o obstáculo”, explica o estudante Marcos Antônio da Penha.
O projeto dele
é finalista num concurso da ONU que premia jovens na área de inovação e
tecnologia. A ideia do equipamento é complementar o uso da bengala e do cão
guia. A professora Nelma Meo explica que os espaços urbanos têm verdadeiras
armadilhas.
“Por exemplo,
um orelhão, quando a bengala bater no poste do orelhão, eles já bateram a
cabeça. No dia a dia é muito difícil”, diz a professora de Orientação e
Mobilidade.
Alberto nasceu
cego. Ele ouviu as explicações sobre os óculos e testou a novidade para a
equipe do Jornal das Dez. Teve alguma dificuldade no começo, mas aos poucos foi
se acostumando.
“Um equipamento
como esse, se aprimorado, aperfeiçoado, à realidade do dia a dia com certeza
pode, no futuro, ser muito útil”, analisa Alberto Pereira, consultor de
tecnologia assistiva.
Também faz
parte do mesmo projeto um aplicativo de celular que conversa com os óculos e indica
o melhor trajeto.
O problema é
que até hoje os equipamentos assim, mais sofisticados, sempre chegaram ao
mercado com preços elevados. Mas, a boa notícia é que o jovem inventor afirma
que os óculos são baratos, mesmo para a produção em escala industrial.
“O protótipo
mais simples da gente custou em torno de R$ 45. A gente consegue realmente
baratear o custo, principalmente entrando com investimento que a gente consiga
fazer o produto e levar isso para o mercado, a gente consegue chegar a um valor
muito barato”, conta Marcos Antônio.