Invenção de estudante brasileiro é finalista em concurso da ONU

terça-feira, 16 de junho de 2015

Marco Antônio estuda Ciência da Computação
Um estudante brasileiro está concorrendo a um prêmio da ONU com uma invenção que promete melhorar a mobilidade das pessoas cegas. O World Summit Youth Award, que acontece este ano em São Paulo, premia os jovens que apresentam soluções inovadoras para problemas globais. 
Parecem apenas óculos de sol, mas eles vão além disso: podem guiar pessoas com deficiência visual. O projeto é de Marcos Antônio, que estuda ciência da computação, em Pernambuco.
“Normalmente se faz a analogia com o morcego, que eles usam sinais sonoros para se localizar. Então, os óculos têm sensores de ultrassom. É emitido um sinal sonoro que vai até o obstáculo, bate e reflete isso em questão de segundos e aí o cego tem um feedback tátil aqui que é uma vibração. E vai dizer para ele mais ou menos onde está o obstáculo”, explica o estudante Marcos Antônio da Penha.

O projeto dele é finalista num concurso da ONU que premia jovens na área de inovação e tecnologia. A ideia do equipamento é complementar o uso da bengala e do cão guia. A professora Nelma Meo explica que os espaços urbanos têm verdadeiras armadilhas.
“Por exemplo, um orelhão, quando a bengala bater no poste do orelhão, eles já bateram a cabeça. No dia a dia é muito difícil”, diz a professora de Orientação e Mobilidade.
Alberto nasceu cego. Ele ouviu as explicações sobre os óculos e testou a novidade para a equipe do Jornal das Dez. Teve alguma dificuldade no começo, mas aos poucos foi se acostumando.
“Um equipamento como esse, se aprimorado, aperfeiçoado, à realidade do dia a dia com certeza pode, no futuro, ser muito útil”, analisa Alberto Pereira, consultor de tecnologia assistiva.
Também faz parte do mesmo projeto um aplicativo de celular que conversa com os óculos e indica o melhor trajeto.
O problema é que até hoje os equipamentos assim, mais sofisticados, sempre chegaram ao mercado com preços elevados. Mas, a boa notícia é que o jovem inventor afirma que os óculos são baratos, mesmo para a produção em escala industrial.

“O protótipo mais simples da gente custou em torno de R$ 45. A gente consegue realmente baratear o custo, principalmente entrando com investimento que a gente consiga fazer o produto e levar isso para o mercado, a gente consegue chegar a um valor muito barato”, conta Marcos Antônio.

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